A intercessão é um dos atos mais profundos de amor e fé, uma ponte entre o céu e a terra, onde nos colocamos na brecha em favor de outras pessoas. Mas o que realmente faz um intercessor eficaz? Quais são as qualidades que Deus busca em alguém que Ele pode usar para mudar destinos através da oração?
Para sermos intercessores que movem o coração de Deus, precisamos mais do que apenas a intenção de orar; precisamos cultivar as características essenciais que nos tornam aptos para esse chamado sagrado.
3. CARACTERÍSTICAS INDISPENSÁVEIS A UM INTERCESSOR
Trata-se de características que estão ligadas a vida daquele que ora intensamente pelos perdidos; processo que um intercessor passa em meio a resposta ou aprovação do seu clamor diante do Senhor a favor de outros.
3.1 Amor Ágape (Aquele que tudo sofre, tudo crer, tudo suporta, tudo espera, não arde em ciúme, não se ufana, não se ressente do mal, não se porta inconvenientemente)
O amor é uma força. O amor é tudo. Sem esse amor não se pode orar, pois é esse amor que nos levará a sofrer a dor do outro. É esse amor que está em nós, é preciso somente que demos expressão a esse amor. Quanto mais o intercessor se devota a interceder, maior sua capacidade de amar.
A essência de Deus é o Amor, a essência do amor é o dar. Senhor Jesus nos amou mais do que a Sua própria vida. João 3:16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Não ficou apenas na palavra, mas a cumpriu, morrendo por nós, seus futuros amigos, sem que ainda existíssemos.
Deus deu o Seu melhor, o Seu Filho Unigênito, a fim de dar a vida eterna à humanidade. O amor de Deus por nós é maior que o amor para com o Senhor Jesus. E o amor do Senhor Jesus é maior que a Sua própria vida.
Este amor aqui representado pela decisão de sua própria vontade em vive-lo ou rejeitá-lo e pela devoção, característica pessoal. Decisão – atitude mental baseada numa escolha deliberada da vontade. (Deus) Devoção – marcado por total ausência de motivos egoístas. Assim descrevemos o Amor Ágape – um amor de decisão e com devoção.
Não é uma questão de sentimento, mas de vontade, de preocupação, prática, benção, prece e desejos positivos pelo bem-estar que se estendem de maneira semelhante tanto ao amigo quanto ao inimigo.
Para que sejamos capazes de amar o nosso próximo devemos amar a nós mesmos; assim poderemos amar o próximo atingindo a fonte original do amor que é Deus.
Gostaria de fazer algumas observações distinguindo as variadas formar de interpretar esta palavra Amor na língua grega.
Observação: Para os pais, filhos e irmãos devemos os amores Ágape, Storgós e Philos. Para o meu próximo devo o amor Ágape. Para meus amigos devo amores Ágape e Philos. Ao meu cônjuge, os amores Àgape, Storgós e Philos.
Ressalto que as circunstâncias que nos dão condições de sermos intercessores. Como disse que o amor é uma escolha da qual no momento da circunstância devemos escolher produzir ou não; embora o momento será sempre contrário; mas será nessa precisa hora que as características de um intercessor deverão aparecer a fim do pecador ser redimido do seu pecado o qual o afasta do Deus Vivo.
Portanto não reclame, nem murmure por causa do erro dos outros, essa é a nossa chance de ser um verdadeiro intercessor. Na oração de intercessão deve haver muito amor, pois só assim iremos gerar vidas transformadas. O amor trata-se de uma decisão de um coração regenerado. Esse amor conserva-nos de joelhos dobrados em qualquer que seja a circunstâncias, pois nos fará importar-se com a vida de outros de forma que sairemos da preocupação apenas por aqueles que são de nossa família. Romanos 5:8 Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.
Lembramos que Deus é amor e apenas através de nossa comunhão com Ele é que poderemos expressar esse amor de intercessor. As demais características o qual abordaremos adiante, estão ligadas e são provenientes do Amor; pois é por meio das demais características que o amor se tornará conhecido em nossas vidas a favor de outros de forma que sua prática em sua multiforme estará sendo a cada momento aperfeiçoada na vida do intercessor.
A identificação (empatia) torna-se o combustível do amor Ágape. Na identificação o intercessor sente exatamente a dor do outro como se fosse sua. Pode se dizer que a identificação é a forma mais elevada de intercessão. É o ato de sentir o que os alvos de sua oração sentem e ter o mesmo sintoma, ser idêntico, semelhante, este tipo de característica permite termos com exatidão o que a pessoa sente, entendendo-o melhor.
Como intercessor esta manifestação necessita ser bem entendida, para que o mesmo não pense que tais sintomas precedem dele mesmo e venha ceder de forma que invés de contribuir para a libertação de uma ação demoníaca não acabe sendo atingido também.
O intercessor recebe sobre si os sintomas e dificuldades da pessoa por quem ora, é de se entender que o alvo de nossa oração receberá também sobre si nosso atos e atitudes de justiça. Desta forma nesta característica sentiremos como o alvo de oração sente, seremos muitas faz vezes bombardeados para agir como o alvo de nossa oração age ou pensa como ela pensa.
Isso ocorre porque a intercessão, como já foi falado é uma batalha que nos faz muitas vezes colidir com as forças invisíveis das trevas, porque no momento em que oramos por alguém estamos comprando para nós mesmo sua briga de maneira que a identificação nos levará a entender melhor o campo de batalha do qual nosso alvo de oração está envolvido. Nesse momento que outras características como a perseverança, ousadia, misericórdia serão fortes aliados nossos a fim de podermos cumprir a missão de intercessão.
Um modelo de oração Intercessória de grande intensidade, encontramos em Daniel 9, onde ele orou pelo seu povo. Sua oração contém todos os elementos de oração Intercessória. Daniel era fiel a Deus, mas confessava os pecados do povo como se fossem seus. A identificação é um sentimento de grande intensidade, e somente aqueles que possuem o Espírito de Cristo, e entende o poder do amor Ágape, é capaz de fazer oração Intercessória verdadeira.
Essa é outra característica que o Espírito Santo, gera por meio do intercessor, descreve a ação ou emoção que comove uma pessoa até o íntimo do seu ser. A força da intercessão é despertada por essa compaixão divina, movida pelo Espírito Santo. A compaixão é o amor de Deus em ação. O amor está bem presente no ministério do Senhor Jesus.
Mateus 9:36 “vendo as multidões compadeceu-se delas, porque andavam como ovelhas desgarradas e errantes, como ovelhas que não tem pastor. ”
A compaixão retrata a tristeza que que o intercessor sente pelo sofrimento e infortúnio do próximo, juntamente com o desejo de ajuda-lo. No entanto, há necessidade de deixar claro a diferença entre pena e compaixão. A pena é um sentimento que é gerado por circunstancias, ou seja, temos pena se o que vemos ou ouvimos, em determinada situação, venha mexer com o nosso íntimo. Já a compaixão por ser algo de origem divina, independente da circunstancia ou local e pessoa, em outras palavras é gerada de forma espiritual, movida pelo pensar no espírito em relação a uma pessoa ou situação; que independe de estímulos externo e superficiais.
Compaixão brota da consulta a Deus, da Sua direção, da segurança de Sua Palavra e de uma certeza de que estamos colaborando para melhorar a qualidade das coisas em torno da pessoa ou local. Trata-se de um sentimento que leva o intercessor a se importar com a vida alheia, a fim de leva-la a abandonar o engano que o faz sofrer e o conduzir ao caminho da justiça a fim de agradar a Deus. A verdadeira compaixão acolhe com carinho o pecador, e com carinho expõe ao pecador o seu erro a fim de que o mesmo abandone o que lhe faz tanto mal2 Timóteo 2:24-26 “e ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser brando para com todos, apto para ensinar, paciente; corrigindo com mansidão os que resistem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, e que se desprendam dos laços do Diabo (por quem haviam sido presos), para cumprirem a vontade de Deus.“
É verdade que o Senhor precisa de intercessores, contudo, precisamos ser preparados a fim de não desistirmos no meio do combate pelas almas. Não podemos esquecer que toda identificação precisa estar sendo alimentada por uma compaixão intensa, porém nem toda compaixão nos levará a uma identificação profunda com a causa alheia.
Compaixão um dom divino que só se encontra no Espírito Santo e Ele quer compartilhar com o corpo que é a Igreja; ficar na brecha a fim de cumprir a vontade do Pai. Pois quando nós entrarmos neste mover do Espírito é que os milagres irão ocorrer e nós nos tornaremos um intercessor a favor do próximo.
Temos que buscar isso do Espírito, não virá de qualquer maneira, teremos que gerar isso em nós através de orações e jejuns humilhando-nos a fim de tornar um parceiro do Espírito do Senhor. Se em nossos corações há desejos pessoais, vontade e ideias individuais, que só pensam no bem-estar pessoal, da família, ou dos mais chegados, não poderemos ser cooperadores bem-sucedidos na vida de intercessão pelo próximo, seremos no decorrer do caminho decepcionados pelas circunstâncias que envolvem o reino de Deus e a salvação das almas.
A palavra discernimento no grego DIAKRISSIS significa fazer distinção, julgamento, poder de perceber diferenças, coisas, juízo com respeito de algo, avaliar bem. Discernimento de espíritos e julgamento pela evidência. O discernimento levará o intercessor a interceder com mais propriedade. Dom essencial para um intercessor.
É o fato de obter o discernimento das coisas espirituais, tal capacidade será de enorme utilidade para a área de oração intercessória. Torna-se cada vez mais aperfeiçoado, à medida que crescemos na sabedoria de Deus, ou seja, quanto mais absorvemos as verdades divinas mais chances teremos de discernir, situações, circunstancias, que ocorrem a nossa volta e poder entender melhor a vontade divina, e como aplica-la.
O discernimento não serve somente para descobrir que demônio está operando, ou se é Espírito Santo ou não. O Discernimento virá à medida que se coloca em prática um ensino divino. Este dom opera associado a sabedoria. Quando determinamos orar por outras pessoas, estamos sujeitos a sentir o que a mesma sente, passar o que o alvo de nossa oração está passando, e nesta hora discernir o que está acontecendo conosco é importantíssimo para que não venhamos a sair do alvo dado pelo Espírito Santo.
Importante deixar claro que nem sempre teremos discernimento, e nesta hora a fé tem que assumir o controle e seguir em frente.
Necessidade de orar. Todo intercessor será tomado por peso de intercessão, por um senso de responsabilidade, necessidade de orar. É um encargo, um dever, algo gerado pelo Espírito Santo.
O Peso é gerado pelo Espírito Santo em nós, que nos impulsiona a realizar orações, súplicas, clamor por nossos irmãos. São momentos de peso e tribulações a fim de gerar os filhos e na verdade não é difícil de entender essas coisas visto que aqueles que oram pelo próximo estão entre Satanás e as almas perdidas, daí que certamente receber as represarias, provinda das ações malignas que não deixará ir os escravos espirituais, será algo normal e comum.
Esta experiência pode vir acompanhado de angustias, dores, desfalecimentos, gritos (com dificuldades de respirar), gemidos, ais e prantos, dores e trabalho em relação a uma pessoa. Isso ocorre quando identificamos com a pessoa que oramos de forma que podemos começar a sentir o que a mesma sente para podermos ter a dimensão exata de seu problema e possamos libertá-la de seu mal.
Ousadia fala de coragem. O intercessor está sempre em combate, portanto precisa ter a certeza da vitória diante da batalha. A intercessão exige coragem, ousadia e disposição. Deus não chama ninguém preparado ou capacitado. Ele chama pessoas que se dispõem a fazer, que se deixam ser trabalhados e capacitados por Ele, aqueles que tenham disposição no coração em servir, obedecer submeter e comprometer-se com o seu reino.
A justiça do Senhor Jesus nos foi imputada, podemos estar diante do trono de Deus. Através do nome de Jesus temos a garantia de podermos entrar na presença do Pai, e a Autoridade de comandar, agir e ter domínio sobre o reino das trevas.
Coragem, fervor e confiança. A oração Intercessória exige coragem, disposição, fervor e confiança.
Efésios 3:12- “Pelo qual temos ousadia, acesso com confiança, mediante a fé Nele.”
Nossa ousadia vem de Jesus. Nele temos livre acesso ao trono da graça com a garantia que em seu nome os tesouros do Pai estão à nossa disposição.
A vida de quem intercede por outros, é um constante ato de comprar de brigas de terceiros, digo com relação aos demônios que prendem as almas humanas, desta forma a ousadia precisa estar em nós. Temos que ter coragem para decidir, na hora que for necessário e depois suportar com ousadia os reflexos de nossa decisão ainda que venhamos a sentir a ameaça de morte pela decisão tomada. Temos que respirar fundo e ir a frente, não podemos recuar. A ousadia aparece a fim de glorificar o nome de quem lhe dá ousadia.
A ousadia só aparece quando estamos diante de circunstâncias adversas, portanto não corra de confrontos, não fuja de provas, pois os verdadeiros guerreiros de oração intercessória são formados no furor do combate travado. Sempre pense consigo: “Satanás está me afrontando, contudo essa é uma oportunidade tremenda para que eu possa fluir a ousadia e obter crescimento na fé.”
É a capacidade de exercer domínio em algo ou alguém. Significa força para comandar ou agir, direito de exercer aquele poder. A autoridade revela o nível de intimidade com Deus. Ela repousa sobre a prática e a Palavra de Deus em nome de Jesus.
Como a autoridade é delegada, temos que entender claramente as leis ou o código penal do Reino a fim de obtermos sempre uma atitude de vitória em meio as guerras de legalidades que envolve o Reino do Espírito. Quando agimos com sabedoria e coerência a autoridade que nos foi dada esmaga as forças inimigas. Temos que reconhecer até onde podemos ir, e até onde não se deve ir. Muitos são os que entram na guerra da oração a favor de outros sem de fato ter a consciência de sua autoridade e de onde ela provém.
Não existe nenhuma base bíblica para se afirmar que Deus chamou alguns para serem intercessores e outros não, pelo contrário, Deus não chama intercessores, Deus procura-os. Ezequiel 22:30 “E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei.” Se Deus tivesse pessoas específicas para chamar ao Ministério de Intercessão, ele nunca ficaria sem intercessores. Isaías 59:16 “E vendo que ninguém havia, maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; por isso o seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua própria justiça o susteve.”, levantaria alguém vocacionado para isso.
Todos os filhos de Deus são chamados a interceder ante a face do Senhor. A intercessão é uma extensão da oração, quem tem costume de orar como prioridade acabará sendo direcionado pelo Espírito Santo a interceder. Interceder depende mais de um posicionamento cristão do que de uma capacitação sobrenatural. Quando alguém se propõe a interceder é porque o Senhor já dominou a sua mente para tal ação. Nenhuma pessoa será capaz de gastar tempo suplicando por outra pessoa sem que o Espírito Santo o conduza a tal ato. Filipenses 2:12-13 “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.”
A Bíblia não sinaliza nenhuma operação específica através de um dom específico para que alguém passe a interceder. Intercessão é uma questão de iniciativa motivada por necessidade, e pela ação do Espírito Santo. A intercessão é tão importante para o relacionamento de Deus com o homem e do homem para com Deus que o Todo Poderoso cobriu a igreja com dois tipos de intercessão em dimensões diferentes. O Espírito Santo intercede na terra. Romanos 8:26-27 “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.” O Senhor Jesus intercede no céu. Romanos 8:34 “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”
Deus sabe da necessidade humana de ter uma cobertura espiritual e da necessidade do plano espiritual de ter alguém entre Deus e os homens, por isso estabeleceu os maiores intercessores que a igreja poderia ter. Esses jamais serão achados em falta. Deus continua procurando intercessores; aqueles que se deixam achar, Ele o conduzirá a experiência profundas através da intercessão. Aqueles que se propuseram a experimentar mais de Deus e buscá-lo por gratidão e ou por necessidade de estar perto Dele; possuem algumas características marcantes.
Quebrantar-se é tirar a resistência, tornar-se fraco, reconhecer as debilidades e agir. É submeter a vida ao controle Divino. Salmo 51:17 “O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.”
O coração quebrantado leva o intercessor a abrir mão de sua vontade e do seu estilo de vida, tornando- se prioritariamente dependente do Espírito Santo.
Quebrantamento gera dependência, obediência e submissão. A obediência torna-se a fonte de benção e de vitória na batalha. Na obediência há cobertura espiritual para o intercessor, e autoridade no reino espiritual, atrai o coração de Deus.
Jesus nos deu o maior exemplo de obediência ao Pai quando esteve aqui na terra.
Filipenses 2:5-8 “Tendo em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou com usurpação ser igual a Deus, antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz”,
Precisamos alinhar o nosso coração (pensamentos, sentimentos e vontade) ao governo e senhorio do Senhor Jesus. Necessitamos de homens e mulheres verdadeiramente comprometidos com o Senhor e sua obra; dispostos a reconhecer suas limitações e obedecer a Deus acima de tudo.
A desobediência e a resistência afastam o homem de Deus. O Senhor, na sua infinita bondade, sempre nos proporciona o melhor; mesmo quando esse melhor não está de acordo com nossas expectativas.
Salmo 51:10 “Cria em mim, ó Deus um coração puro, e renove em mim um espírito reto”.
Quebrantamento se resume em:
Precisamos aprender a depender de Deus, reconhecer todos os dias que somos pecadores. Confessar diante dEle nossas lutas e dificuldades, prostrados em adoração com arrependimento.
O intercessor adorador aprende a depender de Deus, não é imediatista; sabe esperar o agir de Deus. Ele adora a Deus em todo tempo, pois lhe agrada estar na companhia do Pai.
Salmo 95:6 “Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor o nosso criador”
3.8.2 Persistência
A persistência é uma das mais preciosas qualidades a serem desenvolvidas, é a qualidade número um que faz com que a pessoa consiga vencer suas limitações e desenvolver habilidades. Todos que oram devem possuir essa virtude, pois a oração exige persistência. Entretanto os que têm o “Dom da Intercessão” vivem uma vida de persistência em oração intercessória.
O intercessor persistente tem a certeza de um objetivo, a energia da motivação e o comprometimento com os resultados. A vitória do nosso irmão também é nossa!
3.8.3 Fome de Oração e Estar Cheio do Espírito Santo
Um intercessor sente a necessidade de orar da mesma maneira que sente fome por alimento. Oração para ele é vital. Busca com sinceridade a face, a santidade e andar em sua presença do nosso Deus; é o que Deus anseia. Gênesis 17:1 “Quando Abrão tinha noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e lhe disse: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença, e sê perfeito.”
Todos os que possuem o “peso” da oração de intercessão, são cheios do Espírito Santo de Deus, chamados a interceder por pessoas, nações e questões que passam a ser prioridades na vida. Isso é consequência da busca da presença de Deus em nossas vidas. Tiago 4:8 “Chegai-vos para Deus, e ele se chegará para vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de espírito vacilante, purificai os corações.”
3.8.4 Visão Profética e Confiança Plena em Deus
Todos do Ministério de Intercessão possuem uma visão profética das coisas que estão para acontecer e das que estão acontecendo. O Senhor faz questão de nos fazer participantes de sua “ótica profética”, pois a intercessão inclui nossa participação na realização dos planos e propósitos de Deus.
O intercessor não fica à margem daquilo que será o maior evento desta era, a volta de Cristo; para isso, a noiva precisará atender ao apelo do próprio Deus. Apocalipse 2:2 “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”
Há clamor que parte do coração de Deus para que a noiva preste atenção a este momento que está vivendo. São dias em que não podemos nos distrair com os acontecimentos ao nosso redor, sem nos aperceber de que o cerco está se fechando contra o povo de Deus. Decretos estão sendo elaborados, leis estão tramitando no cenário político, planos para sufocar a voz de Deus na sociedade estão em pleno desenvolvimento.
Quando nossa vida é tomada por essa visão de interceder pelas causas do Pai, que também são as causas do Senhor Jesus, deixamos de simplesmente fazer uma oração e nos tornamos a própria oração. (Vida de Ester). Deus está à procura de um povo, de uma noiva que se torne uma oração e uma mensagem na Terra.
Todos que intercedem ante a face de Deus confiam plenamente Nele. Jeremias 17:7 “Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor.” A plena confiança não surge de uma hora para outra. É gradativa. Cresce aos poucos, vai se apoderando da pessoa, avolumando, preenchendo a distância entre Deus e o homem.
A prática da confiança se faz a partir da primeira resposta aos apelos de Deus e às promessas da sua Palavra. Ela precisa crescer ao ponto de aprender a esperar contra a esperança, isto é, a ter fé e esperança mesmo quando não há o menor motivo para crer, como aconteceu com Abraão. Este é o clímax da confiança.
3.9 Perfil do Intercessor
Todo intercessor necessita de alguns pré-requisitos para exercer o seu chamado. O intercessor antes de tudo deve ser alguém que tenha mantido um encontro verdadeiro e genuíno com Deus por meio de Jesus Cristo. Deve ser alguém que, antes de tudo, ouve e obedece a voz do Senhor, que anseia estudar a Palavra de Deus, mantendo uma vida de santidade e comunhão com Deus, através de uma vida de oração como estilo de vida.
O intercessor é um autêntico servo do Senhor, compromissado com o reino de Deus, com sua Igreja e com o seu chamado. É desprendido, e cheio do Espírito Santo.
Ezequiel 22:30 “procurei entre eles um homem que erguesse o muro e se colocasse na brecha diante de mim em favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas não encontrei.”
A todo cristão é atribuída a função de sacerdote, que implica ministrar a Deus em favor dos homens. Deus chama aqueles que o conhecem.
Joao 10:14-16 “eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas, e elas me conhecem”.
Jesus disse que as suas ovelhas ouvem e conhecem a sua voz. O chamado para interceder é para a Igreja, não para o mundo lá fora. Isso é uma grande responsabilidade e privilégio.
Não existe um chamado mais alto do que do intercessor. O intercessor não é visto pelos homens, pois a sua posição é invisível a eles. Quando você se torna um intercessor sua vida terá mais valor no tempo e na eternidade. O único ministério que o Senhor Jesus ainda exerce no céu é o da intercessão, e você é chamado para exercê-lo aqui na terra, auxiliado pelo Espírito Santo.
Um intercessor torna-se responsável diante do conhecimento de uma necessidade. O conhecimento de um problema nos responsabiliza diante de Deus e dos homens. Só aqueles que têm compaixão podem sentir na pele a dor dos outros e ata-la ao trono da graça.
Um intercessor reconhece a soberania de Deus sobre si. Aproxima-se de Deus com profundo senso de reverência. Neemias começa a sua intercessão adorando a Deus. Você adora a Deus por quem ele é: Neemias 1:5ª “Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e temível...” Neemias entende que Deus é o governador do mundo. Ele focaliza sua atenção na grandeza de Deus, antes de pensar na enormidade do seu problema. Aproxima-se de Deus sabendo que Ele é soberano, onipotente, diante de quem precisamos curvar-nos cheios de temor e reverência. Um intercessor aproxima-se de Deus sabendo que não há impossíveis para o Senhor. Quanto maior Deus se torna para você, menor se torna o seu problema.
Um intercessor sabe que Deus é fiel à sua aliança. Neemias 1:5b expressou isso claramente em sua oração: “...que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos”. Somos o povo de Deus. Ele firmou conosco uma aliança eterna de ser o nosso Deus e de sermos o seu povo. Ele vela por nós e prometeu estar conosco sempre. Ele prometeu guardar-nos, conduzir-nos em triunfo e receber-nos em glória. Quando oramos, podemos agarrar-nos às promessas dessa aliança. “Um intercessor fundamenta-se não nos seus méritos, mas na fidelidade de Deus.”
Um intercessor importuna Deus com suas súplicas. Um intercessor não descansa nem dá descanso a Deus. Neemias mais uma vez nos mostra o quanto foi incansável, orou continuamente, com perseverança. Neemias 1:6 a “Estejam atentos os teus ouvidos e abertos os teus olhos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos...”
Um intercessor é alguém que reconhece e confessa os seus pecados e os pecados do povo. O pecado é uma fraude, oferece prazer e paga com a escravidão; parece prazeroso, mas mata. “A carne é fraca, mas o pecado não é remédio para a fraqueza.” Não é um acusador, jamais aponta o dedo para os outros; antes, levanta as mãos ao céu em ardorosa oração; pois muitos pecados são reconhecidos como seus também ou já praticados. Fazem confissões específicas, não generalizada, com quebrantamento de coração. Para que a oração tenha efeito, precisa ser acompanhada de confissão. Provérbios 28:13 “Quem confessa seus pecados e os deixam alcança misericórdia.” Neemias 1:6 b “confessando eu os pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; sim, eu e a casa de meu pai pecamos;”
Um intercessor apoia-se na Palavra de Deus. A Palavra de Deus e a oração andam de mãos dadas. Um intercessor precisa conhecer a Palavra. É o combustível; a Palavra que alimenta o ministério da intercessão. Sabe que Deus tem zelo por cumprir sua Palavra; compreende que a disciplina de Deus vem sobre a desobediência; compreende que o arrependimento sempre redunda em restauração; um intercessor compreende que os pecados do povo de Deus não anulam a aliança de Deus com ele.
Um intercessor associa devoção e ação. Ora e age. Coloca a causa diante de Deus em oração, mas sabendo que oração não substitui o trabalho. Orar é o maior trabalho, seguida de atitudes práticas. A melhor maneira de influenciar os poderosos da terra é ter a ajuda do Deus todo-poderoso. Os obstáculos instransponíveis serão reduzidos a porções domináveis e a atitudes convenientes. A oração abre os olhos a coisas antes não vistas. Nossas orações diárias diminuem nossas preocupações diárias; aponta nossos erros e indicas onde devemos seguir em acertos.
Um intercessor é discreto, não está à frente, não é tão conhecido. A solidão é um dos preços deste ministério. 1 Coríntios 12:22 e 23 “Ao contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são essenciais; e os membros do corpo que julgamos serem menos honrosos, nós mesmos os tratamos com maior honra. E os membros que em nós são vergonhosos, vestimos com decoro especial”. Prioriza a intercessão dos líderes, possui alianças com relacionamentos duradouros, com confiança inviolável, precisa de ajuda sempre, pois conhece suas necessidades e imperfeições.
Observação: Façamos uma reflexão. Quem é o meu Deus para mim? O que é Deus para mim? Quem eu sou? Sou idólatra, escravo, discípulo, filho ou massa?